Presidente da Engetron em entrevista no Jornal da Cidade
Engenheiro, presidente e fundador da Engetron, Aluisio de Oliveira fala sobre a evolução da tecnologia no Brasil e a importância de uma energia confiável para diversos segmentos
O engenheiro eletricista e empresário Aluisio Bartolomeu Pêgo de Oliveira está comemorando os 40 anos da Engetron, empresa fabricante nacional de nobreaks (UPS), da qual é fundador e presidente. Seu objetivo, desde a fundação da empresa, foi contribuir para o desenvolvimento tecnológico da sociedade. Por isso, buscou investir em pesquisa, desenvolver tecnologia nacional e fabricar produtos que pudessem não só proteger equipamentos eletrônicos, mas que garantissem a energia para pessoas e empresas na hora que elas mais precisavam.
Reconhecido no mercado da indústria, Aluisio é vice-presidente da Associação P&D Brasil, foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Contagem (ACIC) e presidente da Câmara de Informática da FIEMG. Recebeu a Medalha Ordem do Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais, Medalha do Mérito Industrial da FIEMG e foi considerado “Empresário do Ano” pela ACIC em 2013.
Na entrevista para o JORNAL DA CIDADE, Aluisio falou sobre a importância da energia e sobre os desafios de investir em pesquisa e desenvolvimento em tecnologia no país.
JORNAL DA CIDADE – Todo mundo sabe a importância da energia, mas muitos não sabem o que é ou como um nobreak pode auxiliar as pessoas. Como você explicaria a importância de um nobreak?
ALUISIO – Nobreak é um equipamento para não deixar faltar energia e pode ser usado em qualquer lugar, em casas, lojas e empresas. É um produto que não faz barulho e não emite gases poluentes para o meio ambiente, como um gerador, por exemplo. Isso permite que os nobreaks possam ser utilizados em qualquer ambiente fechado, garantindo energia sem interrupção e protegendo os equipamentos eletrônicos. Durante o período que tem energia, ele carrega as suas baterias. E, quando falta energia, ele usa essa energia das baterias para alimentar os equipamentos. Dessa forma, você consegue ter continuidade da energia.
JORNAL DA CIDADE – Cite alguns exemplos de onde um nobreak pode ser usado?
ALUISIO – Vamos começar pelas residências. Um nobreak pode ser usado, por exemplo, no portão eletrônico, nas câmeras de segurança, na televisão, no roteador, em equipamentos de informática ou aqueles mais sensíveis e que podem estragar se tiver uma instabilidade na rede elétrica. Podem ser usados também em equipamentos médicos de apoio a pessoas em recuperação em casa. O nobreak, além de garantir energia, também filtra e estabiliza a rede, evitando problemas de tensão nos equipamentos. No caso das empresas, um nobreak atende a muitas necessidades. Uma muito importante é a segurança de pessoas, como em aeroportos e hospitais, ou então na central de telemarketing da Polícia ou do Samu, que não podem ter a energia interrompida em momento algum. Há diversos setores em que a falta de energia é ainda mais crítica, como nas indústrias, que podem ter um alto risco de segurança e produtividade se seus equipamentos sofrerem interrupções sem estarem protegidos. É melhor investir em nobreaks e garantir a energia do que correr o risco de perder dados, equipamentos ou produtividade.
JORNAL DA CIDADE – A Engetron está comemorando 40 anos no mercado de soluções em energia. Como surgiu a ideia de atuar nessa área e criar a empresa?
ALUISIO – A necessidade de energia confiável é muito antiga. A Engetron inicialmente fabricava carregadores de baterias e controladores para reduzir os custos de energia em indústrias. Depois disso, a empresa foi pioneira no desenvolvimento de tecnologia de eletrônica de potência 100% nacional, sendo, na década de 1980, a primeira a usar microprocessadores em soluções de energia no país. Nos anos 1990, fabricamos o primeiro nobreak inteligente totalmente desenvolvido no Brasil. Hoje, os equipamentos da empresa são gerenciados remotamente e você consegue testar o nobreak, as baterias, saber como está a energia em qualquer lugar do país. A Engetron tem um portfólio completo de produtos para atender todas as necessidades de energia, com nobreaks online senoidais de alta performance.
JORNAL DA CIDADE – Como você avalia a evolução da tecnologia no Brasil ao longo desses anos?
ALUISIO – A Engetron desenvolveu uma tecnologia própria e, com isso, domina o conhecimento por completo. Mas ainda falta muito apoio para a tecnologia no Brasil. Sempre faltou. A visão aqui ainda é muito voltada para as commodities. Isso faz com que as empresas voltadas para a tecnologia tenham dificuldades no Brasil. Em outros países, há encomendas tecnológicas feitas pelo governo. Com isso, a tecnologia avança muito mais com financiamento. A Engetron investe 10% do faturamento em Tecnologia, mantendo uma equipe de mestres e doutores para o desenvolvimento dos produtos. Investir em P&D se torna um grande diferencial no mercado, pois assim temos o domínio completo da tecnologia em todo o processo. Isso nos permite também desenvolver soluções personalizadas, adequando às necessidades do cliente.
JORNAL DA CIDADE – Como uma empresa que se orgulha de dizer que é 1oo% brasileira consegue se destacar diante das multinacionais?
ALUISIO – O principal diferencial da Engetron é a tecnologia. Com o domínio da tecnologia, foi possível, ao longo dos anos, reduzir o peso dos produtos, o volume e o custo. Hoje, a Engetron oferece um produto muito mais ecológico, consumindo pouca energia para o seu funcionamento. Além disso, os serviços também são pontos fortes da marca, tanto para especificar o nobreak corretamente para a pessoa ou empresa que não sabe direito o que precisa, quanto no atendimento pós-venda. Nós temos uma rede de assistência técnica e suporte ao cliente que garante a instalação e manutenção, preventiva ou corretiva, em qualquer lugar do país. E como o produto é nacional, a Engetron oferece maior agilidade para reposição de peças. Além disso, conhecemos as necessidades dos clientes brasileiros. Por exemplo, a dificuldade que se tem em transportar um nobreak para a Amazônia é nossa conhecida e nós temos logística para entregar e fazer instalações como essa em qualquer região.
JORNAL DA CIDADE – Quais as principais novidades do setor e quais os últimos lançamentos da Engetron?
ALUISIO – Um setor que necessita muito de confiabilidade e energia ininterrupta, por ser considerado um mercado de missão crítica e que vem crescendo a cada ano, é o de Data Centers. Pensando nessa necessidade, a Engetron está lançando uma linha modular, ou seja, um nobreak que se configura a partir de módulos. Se um deles falhar, ele se desliga e permanecem ativos os demais. Então, com a filosofia de ter um módulo a mais do que a sua necessidade, você consegue o máximo de confiabilidade. Porque nenhum sistema é infalível. E como os módulos são “plug-in”, você consegue trocar qualquer um deles rapidamente. Se você tiver um módulo reserva, pode trocar em menos de 10 minutos, aumentando a disponibilidade de energia. E, além disso, a Engetron vem trabalhando nos últimos anos na divulgação da importância dos nobreaks para aplicações que a ampla sociedade muitas vezes nem sabe que podem ser usadas, como na segurança residencial. Criamos um blog no nosso site, dentro da loja virtual Engetron, para esclarecer conceitos, orientar os clientes e levar conhecimento sobre energia de forma mais fácil para as pessoas.
JORNAL DA CIDADE – A Engetron é também uma “Empresa Cidadã”, sendo apoiadora do Rotary, e você é presidente do Centro de Atendimento e Inclusão Social (CAIS) de Contagem. Qual a importância de se unir o lado empresarial com a responsabilidade social?
ALUISIO – É extremamente importante. Porque uma empresa não pode se manter apenas pensando no lucro, se ela não se preocupar também com o desenvolvimento da sociedade. É muito importante cumprir esse papel social, que eu acredito ser um compromisso e até obrigação das empresas. Tenho muito orgulho da Engetron cumprir esse papel.
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